Mania de não-felicidade
11:21
-Para ler ao som encantador de Sam-
Estou voltando. Aos poucos, mas estou voltando.
Estou voltando à alegria fácil e leve, aos sorrisos bonitos e sinceros. Até mesmo às gargalhadas, senti-me estranha quando gargalhei, me peguei pensando quando fora a última vez em que soltava um silvo de felicidade verdade.
Não me julgue, é a única coisa que posso realmente pedir a você. Não julgue minha escolha ou meus atos subsequentes, porque -admita- você não me conhece. Na verdade, nenhum de nós esforçou-se para aprofundar conhecimentos e descobrir traços ocultos.
Sinto-me zonza, ainda não sei, é como se tivesse dormido por horas seguidas e acordasse com um grande susto. Um grito de socorro, talvez. Sentia-me enjoada, cansada de procurar por você e nunca lhe achar. Cansada de permanecer e ser forte por algo que custou acontecer e quando aconteceu...
Nada, vazio.
Foi isso, no final de tudo, somos um conjunto vazio. Letras, números, expressões...nada justifica-nos. Nada decifra-nos. Somos incógnitas.
Incógnitas que precisam de solução, de alguém que as solucione.
O grito acordou-me e assustou-me, meu coração sempre tão silencioso, tão calmo, pediu socorro. Clamou ajuda e então, me vi encurralada, me vi presa.
Sou egoísta. Não queria lhe perder. Mas ou perdia você ou meu coração.
Ele dizia: "olhe ao seu redor e veja, lembre-se de quem realmente importa."
Peguei o espelho da penteadeira e olhei firme para aqueles olhos tristes, sem brilhos nem alegria. Perguntei-me quando foi a última vez em que os vi felizes e não consegui lembrar.
Sorri -sorriso fraco que não passa de um leve remexer de lábios e bochechas-.
Decidi que não queria mais me entregar, decidi que seria intacta e feliz, esperando um resolutor para minha incógnita.
(foto via forever)
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