Revolução
17:05
Eu vi o pôr do sol
hoje. Não foi planejado nem esperado, eu nem ao menos estava com
muita vontade de olhar para o horizonte, mas então senti a brisa
fresquinha que acompanha o final das tardes e quando percebi, já não
era mais possível voltar atrás.
Meus olhos estavam
meios fracos, mas isso não vem ao caso, a verdade é que eu não
queria olhar para frente, para o horizonte, porque eu sabia que
imediatamente seria arremetida para dentro de mim mesma e acabaria
pensando em várias coisas que arduamente ocultei nos últimos dias.
Ergui meu copo de
limonada na altura dos lábios e esqueci a dor de cabeça e a
hesitação para olhar o horizonte e procurar o Sol. Ele estava no
momento mais quente de seu show, quando literalmente incendeia o céu
pela última vez no dia e várias cores se perdem e se misturam com o
azul tão comum por aqui.
Não fui engolida por
meus devaneios, como aconteceu em todas as outras vezes, no entanto,
lembrei que em outros tempos eu usava justamente esse momento para
realmente mergulhar em mim mesma, sem medo.
Estou mudando alguns
conceitos, amadurecendo outros e me desapegando de atitudes e
trejeitos, tudo ao mesmo tempo. Consegue imaginar a confusão na qual
me encontro? Mas não fique com pena, estou gostando muito dessa
revolução interna. Sinto que a cada dia que passa, a versão de
hoje está sendo melhorada, fortalecida e encorajada.
Sempre fui a
revolucionária do grupo, a que tem vontade de mudar e isso tampouco
mudará, por isso nunca reclamo quando me encontro nessas fases em
que tudo muda, tudo é novo e gostoso. Mas confesso aqui, porque
nunca conseguirei admitir em voz alta, que tenho medo de escolher o
caminho errado, porque essa história de aprender errando é meio
torta para mim, sempre rende uns bons choros, um braço quebrado, um
corte na testa e por ai vai.
Mudo tanto que
algumas vezes realmente tenho medo de perder minha essência, mas
então lembro que se estou aqui agora é porque tenho justamente esse
direito (e dever). O direto de ousar, inovar, mudar e revolucionar.
Não poderia ficar igual para sempre nem se quisesse, as celulites e
rugas nunca pedem permissão para aparecer, não é mesmo? Assim como
as dúvidas, as certezas e as escolhas.
Disseram-me que aos
vinte serei uma mulher muito consciente. Espero ser além de
consciente, orgulhosa da garota de quinze que escreve hoje, espero
também que essas revoluções internas que acontecem tão
frequentemente agora, não deixem de existir no futuro porque são
elas que, para o bem e para o mal, me fazem seguir sempre sorrindo.
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