sobre um novo olhar

11:44





  Outro dia eu estava comentando com uma amiga sobre discussões provenientes da amizade, brinquei dizendo que ainda não éramos amigas de verdade, pois nunca havíamos brigado. Como se fosse praga, alguns dias depois, eu e essa amiga a Isa −, brigamos durantes uns três dias seguidos. Como se isso tudo não fosse ruim o bastante, eu nem mesmo sabia os motivos das ditas brigas ou a quem culpar, nós simplesmente começávamos a discutir e de repente... pufft, uma não queria ver a outra nem pintada de ouro.

  Foram esses desentendimentos bobos, mas que me cutucaram por dias inteiros que me fizeram perceber algo que até então eu nunca havia visto com estes olhos: discussões são sim necessárias em qualquer lugar. Ninguém é totalmente manipulável a ponto de concordar com tudo, e se é que você conheça alguém assim ele pode ser tudo, menos seu amigo. A amizade é esse grande símbolo do infinito que precisa dos sentimentos mais intensos para tornar uma amizade grandiosa a ponto de não se saber onde começou nem onde irá terminar.

  Eu sei que esse equilíbrio fica ruim com sentimentos desse gênero, mas eles são tão importantes quanto os outros, porque os “eu amo você” ditos seguidos das tradicionais “desculpa” têm muito mais valor e perduram por muito mais tempo. Sentir aquele sorriso teimoso, de quem ainda faz birra, cruza os braços e faz beicinho, surgir depois de uma torrente de palavras ditas no tom mais agudo e na velocidade da luz é muito mais emocionante de se conseguir do que as simples gargalhadas escandalosas que qualquer um consegue arrancar.
  
  Um amigo nunca é igual ao outro, mas depois de me surpreender tanto com todos eles, a única coisa que me resta fazer é pedir desculpas à Isa, e claro, agradecer também, não fossem nossas discussões inúteis (que chegam a ser engraçadas depois do estresse do momento) eu nunca conseguiria enxergar esse lado bom de brigar, de bater o pé, de fazer birra mesmo, como se tivesse sete anos novamente.

  Tadinha da minha Isa, a essa altura do campeonato, depois de cansar de me praguejar aos sete ventos, deve estar mesmo é com a orelha quente de tanto que falei dela num só texto. O bom disso tudo é que minha Isa talvez nem mesmo Isa seja, talvez seja Maria, Joana ou qualquer outro nome que minha pouca criativa nesse departamento permita. O importante mesmo, acima do nome da minha Isa ou da sua Isa é nunca esquecer que para uma amizade, até as coisas mais improváveis são rotina.

AJ-KS

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