recado pra mari
19:51
Essa semana
tem sido muito difícil para mim. Mesmo tentando não pensar muito sobre,
evitando tudo que toque no assunto, é inevitável não perceber que domingo está
chegando. As vitrines perguntam se minha mãe é especial e oferecem a mim
roupas, calçados e joias para deixá-la quase que uma deusa, as propagandas na
tevê, rádio e internet chegam até mesmo a mexer com os sentimentos e eu me dou
conta: pela primeira vez em dezessete anos o dia das mães não será ao lado da
minha melhor amiga.
Lembro-me de
tantas coisas que já inventei, cantei e criei para ela ao longo desses
dezessete domingos em que ela tem sido o centro do meu dia, o motivo dos meus
cartões de macarrão e arroz e da velha música do Roberto Carlos, que sempre
aparece na minha mente quando penso nesse dia.
Ainda não sei
qual técnica vou usar para não chorar durante o telefonema dominical, porque os
sentimentos que transbordam em forma de lágrimas são uma das nossas maiores
marcas na família: as choronas, tal mãe tal filha. Se eu chorar, soluçar e ficar
com aquela voz de quando eu tinha seis anos, mãe, não se preocupa nem fica
triste, não são lágrimas de dor, é só a saudade, fiel escudeira, dando as
caras.
Quando amamos
alguém que está longe, sentimos falta daquilo que nunca nos pareceu tão
importante, fica o vazio do cotidiano, das simplicidades que, agora, chegam a
se transformar em sonhos.
Se passar o
dia das mães sem você está sendo difícil assim para mim, eu imagino como é para
você, mas quero te fazer um pedido e você não pode esquecer dele domingo: não
fica triste por mim! Lembra que você não é apenas minha mãe, que você tem dois
príncipes ao seu lado todos os dias, mesmo quando tudo fica difícil, eles
querem a sua felicidade. No dia das mães você é a rainha da Jeniffer, do
Andrey, do Jude e até do pai, que te chama de mãe de vez em quando.
Amo você,
mãe, antes mesmo de aprender o que essas palavras significam.
0 comentários