estrela sem constelação
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Atenção: o texto a seguir contêm spoilers do livro A Culpa é das Estrelas.
“Estou apaixonado por
você e não quero me negar o simples prazer de compartilhar algo verdadeiro.
Estou apaixonado por você, e sei que o amor é um grito no vácuo, e que o
esquecimento é inevitável, e que estamos todos condenados ao fim, e que haverá
um dia em que tudo o que fizemos voltará ao pó, e sei que o Sol vai engolir a
única Terra que podemos chamar de nossa, e eu estou apaixonado por você.”
Augustus Waters
Existem histórias e histórias. Existem livros e livros.
Existem personagens e personagens. Existe o Gus e a Hazel Grace e existe um
grito no vácuo. Ler “A Culpa é das Estrelas” é antes de tudo, aceitar a
verdade, não torcer o nariz para a honestidade ácida de um efeito colateral que
é estar vivendo: morrer. Estou morrendo enquanto escrevo isso, assim como você
enquanto o lê.
Ao ler a sinopse do livro e algumas críticas Internet a fora
não achei que a história fosse me encantar tão profundamente como encantou,
pensei ser mais um best-seller cheio de apelo e drama que no máximo do máximo
me faria sentir culpa. Quando li o livro, em quatro dias dolorosos e
entediantes antes de operar o apêndice, Hazel Grace e seus complexos
pensamentos juvenis de uma doente profissional amenizaram meu medo e minha dor
de amadora.
Imergir no mundo metafórico de Augustus Waters na pele de
Hazel Grace é um presente inestimável que torna a obra por si só surpreendente.
Os pensamentos expostos são tão crus, tão abertos que parecem ter vindo da
cabeça do próprio leitor, cria-se então um laço invisível que é tão forte quanto
seria na vida real.
Tocar na ferida da sociedade receosa ante as doenças é algo
sempre feito com muito drama, muitas lágrimas e suspiros, entretanto o que
sentimos em “A Culpa é das Estrelas” não nos remete a nada disso. Entrar na
mente de alguém que sabe que irá morrer de
e não por ou para revela um de nossos maiores medos: o esquecimento. E quanto a
isso, o esquecimento, a personagem é inflexível ao defender que todos serão
esquecidos, o que é verdade, porém, quem é que gosta de lembrar-se dela?
Passamos a vida inteira buscando coisas como felicidade e
amor eterno, ao conhecer Hazel e Gus percebi que a relatividade a qual estamos
submetidos é tão incrível que o que define felicidade extrema para mim é o
inferno em terra para minha vizinha, não precisamos de fórmulas e caminhos para
acharmos o que já está dentro de nós, precisamos apenas esquecer desse medo de
perder isso ou aquilo por escolher a direita ou a esquerda. Hazel e eu
morreremos e por mais macabro que pareça, você também vai morrer, então o que
há para se perder? O que existe de tão precioso em nosso ser que nos faz deixar
sonhos de lado sem nem ao menos termos tentado? Assim como a realidade, este
livro é um tapa na cara dos medrosos, falo isso com sinceridade porque sou uma
dessas pessoas que se pudesse se transportaria para a Terra do Nunca e lá
ficaria, uma medrosa nata. Após a leitura, releitura, re-releitura e assim vai,
posso apenas dizer muito obrigada a John Green por ter dado vida a uma história
que com toda certeza irá me marcar por muitos anos.
Pra terminar, algumas imagens lindas que eu achei no We♥it:
Fonte: http://migre.me/fCvQa
Fonte: http://migre.me/fCvSc
Fonte: http://migre.me/fCvUs
Fonte: http://migre.me/fCvZB
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