transbordar-se
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Relacionar-se com outro ser humano é tarefa difícil...os mais
pessimistas diriam ser até mesmo impossível. Entregar não somente seu coração,
mas sua confiança, seus medos e sonhos na mão de alguém que em algum momento
foi somente mais uma pessoa entre tantas bilhões é mesmo um ato de coragem e
loucura. Loucura branda, mas que continua louca, nos sonhos daqueles que
desejam infinitamente a cometer e outros que já a cometeram tantas vezes que
nem mesmo consideram loucura.
Acredito que relacionar-se não seja somente sobre dar as mãos, segurar
as barras ou evoluir, sobre ter um alguém para conversar e se preocupar ou um
corpo para agarrar nas noites frias, não me convenço
com essa história que devemos procurar nossas metades, a tampa da panela.
Acho que precisamos mesmo é sermos inteiros,
completamente conscientes de nossos defeitos, qualidades e conflitos, não para
que então, ao encontrarmos um ser mágico e especial, todas as partes ruins
sumam de nós e nosso ser seja completamente preenchido pela tampa da panela.
Felizmente isso não existe, o ser mágico e especial, vulgo o ser amado, não vem
com metade faltando pronta para se encaixar em você, pelo contrário, ele chega
completo: com qualidades, defeitos, vícios e manias que não deixam de existir
ao lhe encontrar.
Se você está procurando alguém, ou então, achou
esse alguém, complete-se! Antes de procurar o que falta em você em outra pessoa
e posteriormente culpar essa mesma pessoa por seus próprios erros, ame-se. Ame
seu cabelo, por mais independente que ele seja, suas espinhas, sua mania de
completar frases ou seja lá o que você tem, ame você mesmo, admire você por
tudo o que é, veja a felicidade e seja a sua própria felicidade para que então,
ao depara-se com um amor, você possa se transbordar.
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