by myself
16:44
Não sei o que estou fazendo com a minha vida. Sempre fui
cheia de sonhos e projetos futuros, imersa em um mundo onde tudo acontecia
conforme meus desejos. Porém existe uma palavra que até bem pouco tempo atrás
não cabia em meu vocabulário: “realidade”. Nunca entendi muito bem porque viver
na realidade é tão importante quando o mundo dos sonhos é perfeito ao meu
jeito, tampouco gostei de pessoas chamadas de realistas, que veem a vida nua e
crua.
Hoje em dia levo muitos tapas dessa tal realidade, ouço
muitas verdades dos ditos realistas, que se tornaram admiráveis em minha nova
perspectiva. Sinto todas as noites uma vontade imensa de deixar toda essa nova
vida de lado e voltar a ser do jeitinho que sempre fui, mas percebo que com o
passar dos anos, meu “jeitinho”, acabou tomando outra forma, absorvendo novas
características e se adaptando ao meu novo modo de ser e viver, by myself.
A vida tem uns degraus que são bem chatos de subir, devo
dizer (e quem sabe alertar). Não sou completamente feliz mesmo sorrindo a maior
parte do dia, confesso, só serei completamente feliz quando encontrar um rumo
para o que se perdeu dentro de mim, que ainda não sei ao certo o que é, mas que
estou gastando todas minhas energias para descobrir.
Sempre gostei de fazer todas as coisas pela maneira certa,
talvez não pela fácil em todas as ocasiões, mas sempre fiel ao correto.
Esperava, como recompensa, saber sempre o que fazer, para onde ir, que caminho
tomar... Errado. O medo e o desesperado se tornaram constantes em minha rotina
tão leve, e hoje em dia penso em um milhão de coisas para fazer, nunca
valorizando o que tenho, o que conquistei, jamais satisfeita com o presente.
Por um lado isso se tornou um tipo de qualidade, a busca por mais e mais, entretanto
percebo que preciso evoluir, equilibrar esse balança que parece nunca ter sido
regulada. Estou aprendendo a cada novo dia como solucionar o impossível, como
acalmar a tempestade, como ignorar as lágrimas e o mais importante: como
valorizar os momentos.
A felicidade sempre foi muito generosa comigo e eu, em forma
de agradecimento, sempre tentei a distribuir ao máximo que pude, não sei se
consegui cumprir minha missão, mas ao longo desses altos e baixos que a vida
está me dando, aprendi que esse sentimento tão famoso e procurado se esconde no
fervoroso bom dia de estranhos que não me conhecem, mas mesmo assim desejam que
meu dia seja bom, no carinho que o cachorrinho tem por mim, mesmo eu não sendo
sua maior fã, nas ligações que recebo nos momentos em que mais preciso ouvir a
voz de quem está muito longe e tão perto, no sorriso preguiçoso do meu
namorado, dizendo que é tarde e que é melhor eu dormir com ele na sexta a
noite, vejo a felicidade incrustada nesse cotidiano tão nebuloso que encobre a
beleza da vida ante nossos olhos e percebo que viver sem o rumo que procuro
talvez seja besteira da minha cabeça e que só vou ser completamente feliz
quando morrer, porque terei completado todas as formas desses sentimento.
Estou em uma confusão sem tamanho, uma maré sem rumo nem
praia, mas aprendi que tudo passa e que logo vou ver um sentido em tudo,
entender os porques que hoje estão tão ocultos, por hora sigo amando e
procurando, quem sabe um dia não encontro?
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